Perdas no Varejo Brasileiro atingem R$ 35 bilhões em 2023, evidenciando a necessidade de gestão eficiente

O varejo brasileiro enfrenta um desafio crescente com perdas estimadas em R$ 4 milhões por hora, resultando em um total de aproximadamente R$ 35 bilhões em 2023. De acordo com a Pesquisa Abrappe de Perdas no Varejo Brasileiro, realizada pela Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe) em parceria com a KPMG, esse valor representa 1,57% das vendas líquidas do varejo restrito, que somaram mais de R$ 2,2 trilhões no ano passado. Este percentual é o mais alto desde 2015 e indica uma crescente preocupação no setor.

As perdas no varejo podem ser divididas em duas categorias: conhecidas e desconhecidas. As conhecidas incluem quebras operacionais, enquanto as desconhecidas são relacionadas a furtos não detectados e erros de registro. Em 2023, as quebras operacionais foram responsáveis por 42,9% das perdas, seguidas por furtos externos (21,9%) e furtos internos (9,8%). Os segmentos mais afetados incluem lojas de conveniência, mercados de vizinhança, supermercados, perfumarias, hipermercados e moda, todos superando a média de perdas do varejo.

A pesquisa destaca que fatores como a aceleração do e-commerce, a redução do quadro de funcionários e mudanças no comportamento do consumidor após a pandemia contribuem para o aumento das perdas. Carlos Eduardo Santos, presidente da Abrappe, observa que a necessidade de uma gestão mais eficiente de estoques se tornou crucial, especialmente à luz da perecibilidade dos produtos e do vencimento, que causaram 32,2% e 26,3% das quebras operacionais, respectivamente.

Além de recomendar melhorias na segurança e treinamento dos colaboradores, a Abrappe sugere que as empresas invistam em áreas dedicadas à prevenção de perdas e adotem sistemas inteligentes, incluindo inteligência artificial, para monitorar o comportamento dos clientes nas lojas. Santos enfatiza que essas perdas impactam diretamente a competitividade do varejo, elevando os preços para os consumidores e reduzindo os lucros das empresas.