Goiás enfrenta alta taxa de recusa familiar para doação de órgãos, que chega a 68%

Apesar dos avanços nos transplantes, Goiás ainda enfrenta um dos maiores desafios do setor: a negativa das famílias em autorizar a doação de órgãos, que atinge 68%, acima da média nacional. Mesmo com o registro de intenção digital, a autorização dos familiares continua sendo essencial para viabilizar o procedimento.

Goiás enfrenta alta taxa de recusa familiar para doação de órgãos, que chega a 68%

O Estado de Goiás tem alcançado progressos significativos na realização de transplantes de órgãos, mas ainda lida com um obstáculo persistente e preocupante: a alta taxa de recusa familiar à doação de órgãos, que chega a 68%, ultrapassando a média nacional, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO).

De acordo com Katiuscia Freitas, gerente da Central Estadual de Transplantes, essa resistência das famílias representa hoje um dos maiores desafios do sistema de transplantes no estado, mesmo diante de campanhas e esforços contínuos para aumentar o número de doadores e reduzir as filas de espera por órgãos.

“A gente depende principalmente da autorização da família. A família pode rejeitar essa doação, independente de haver um documento em que a pessoa fale que é doadora”, explicou Katiuscia em entrevista ao Jornal Opção. Ela se refere ao novo recurso de registro eletrônico de intenção de doação, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que permite aos cidadãos declararem digitalmente sua vontade de serem doadores.

Apesar do avanço na digitalização desse processo, a decisão final ainda cabe aos familiares do falecido. Por isso, Katiuscia reforça a importância de comunicar em vida a decisão de ser doador. “Faz diferença quando uma pessoa chega em casa e diz que fez o registro para ser doador”, acrescenta.

Goiás já contabiliza mais de 120 registros de intenção de doação por meio do certificado digital, uma ferramenta recente que ainda depende de ampla divulgação e conscientização da população. A esperança das autoridades de saúde é que esse tipo de iniciativa contribua para diminuir as recusas familiares e salvar mais vidas.

O alerta da SES-GO também serve como chamado para a educação da população sobre a importância da doação de órgãos, uma atitude que pode transformar a dor da perda em esperança para quem aguarda por um transplante.