Fechamento do CMEI em Goiânia revolta pais e comunidade escolar: 129 crianças podem ser prejudicadas
A Prefeitura de Goiânia decidiu fechar o CMEI Orlando Alves Carneiro, no Setor Campinas, alegando problemas estruturais no prédio alugado. A medida pode afetar 129 crianças e comprometer a rotina de dezenas de famílias. Pais e responsáveis protestaram contra a decisão, considerada precipitada, autoritária e desrespeitosa. A vereadora Kátia Maria defende a permanência do CMEI no local até que uma nova unidade seja construída e denuncia possíveis abusos cometidos pela Secretaria de Educação

A confirmação do fechamento do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Orlando Alves Carneiro, localizado no Setor Campinas, em Goiânia, gerou forte indignação entre pais, responsáveis e profissionais da educação. O anúncio da Prefeitura impacta diretamente 129 crianças atualmente matriculadas e representa uma ameaça à rotina de dezenas de famílias que dependem da unidade para conciliar trabalho e cuidados com os filhos.
A decisão foi justificada pela Secretaria Municipal de Educação (SME) com base em supostos problemas estruturais do prédio alugado, como escadas internas, ausência de área externa, existência de apenas uma entrada e saída, além do valor do aluguel mensal de R$ 17 mil. A SME afirma que o local não garante as condições ideais de segurança para crianças de 1 a 4 anos e 11 meses.
Porém, a comunidade escolar contesta a decisão, apontando que o prédio está em funcionamento há 16 anos e nunca representou risco. Em audiência pública realizada em frente ao CMEI na quarta-feira (23), convocada pela vereadora Kátia Maria (PT), pais e servidores manifestaram indignação com o fechamento, classificando-o como precipitado e desrespeitoso.
“Não é um prédio ruim. Sempre funcionou com segurança. Essa decisão tem mais a ver com economia de aluguel do que com segurança”, declarou a vereadora.
Kátia Maria também denunciou a forma como a SME tem conduzido o processo, acusando o órgão de coagir pais a aceitarem a transferência, sob ameaça de perda da vaga ou até denúncia ao Conselho Tutelar. Segundo ela, já foram recebidos prints e depoimentos que comprovam a intimidação.
Além disso, a vereadora ressalta o vínculo afetivo entre alunos, professores e funcionários como um fator que está sendo ignorado pela gestão. “Não é só uma mudança de prédio. É a destruição de laços, de vínculos importantes para o desenvolvimento infantil”, afirma.
A proposta da comunidade é que o CMEI permaneça funcionando onde está até a conclusão da nova unidade, prevista para ser construída a 800 metros do local atual. Kátia Maria informou que vai entregar um relatório da audiência pública à SME na próxima semana e, caso não haja diálogo, acionará o Ministério Público de Goiás (MPGO) e o Tribunal de Contas dos Municípios (TCMGO).
Enquanto isso, manifestações e mobilizações estão sendo organizadas pelos pais e educadores, que prometem intensificar a pressão sobre a Prefeitura para que reconsidere a decisão e respeite a vontade da comunidade.
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