Enchentes em Valência: Mais de 95 Mortos em Catástrofe sem Precedentes na Espanha

O estado de Valência, localizado no leste da Espanha, sofreu uma tragédia com as enchentes repentinas que atingiram a região desde terça-feira (29), resultando em 95 mortes e um número crescente de desaparecidos, que pode ultrapassar 100. O ministro dos Transportes e Mobilidade, Óscar Puente, informou que corpos ainda estão presos em veículos afetados pelas inundações.

As chuvas torrenciais transformaram ruas em rios, arrastaram carros e interromperam o tráfego ferroviário e rodoviário. A cidade de Valência, a terceira maior do país, e municípios vizinhos como Turís e Utiel, foram severamente impactados, com chuvas que superaram as expectativas médias para todo o ano. A devastação gerou um questionamento sobre a eficácia das respostas das autoridades, que foram criticadas por não emitirem alertas de enchente até as 20h de terça-feira.

Cientistas associam a intensidade das chuvas às mudanças climáticas, que também têm sido responsáveis ​​pelo aumento das temperaturas e secas na Espanha. A força das águas foi comparada a um furacão ou tsunami, sendo as enchentes mais poderosas registradas neste século, superando os eventos de 2019 e semelhantes aos grandes temporais dos anos 1980.

Imagens e vídeos compartilhados nas redes sociais mostram cenas de pânico, com pessoas presas em árvores e outras lutas contra a correnteza. O presidente regional, Carlos Mazón, afirmou que algumas áreas permanecem isoladas devido à gravidade da situação, enquanto o presidente brasileiro, Lula, manifestou solidariedade e a necessidade de ação conjunta contra as mudanças climáticas.

A agência meteorológica estatal da Espanha (Aemet) emitiu um alerta vermelho para Valência, e as tempestades deverão continuar até quinta-feira (31). Além disso, um trem de alta velocidade com quase 300 passageiros descarrilou perto de Málaga, embora não tenham sido relatados feridos.

Esta tragédia ressalta a urgência de ações globais e unificadas para enfrentar os desafios pela crise climática.