CLÍNICA PSIQUIÁTRICA É ACUSADA DE MAUS-TRATOS E ABUSO NO DF
Ex-pacientes e mães de adolescentes denunciaram a Clínica Recanto, em Ceilândia (DF), por maus-tratos, negligência e até abuso sexual. Os relatos incluem confinamento forçado, uso de medicamentos sem consentimento, estrutura precária e desigualdade de tratamento. A clínica atende convênios com órgãos públicos e cobra até R$ 19 mil por mês. A direção nega todas as acusações.

A Clínica Recanto, localizada em Ceilândia, no Distrito Federal, está sendo alvo de graves denúncias por parte de ex-pacientes e familiares. Os relatos apontam para casos de maus-tratos, negligência, violência psicológica, confinamento forçado e até abuso sexual dentro da unidade, que atua há quase três décadas oferecendo tratamento psiquiátrico e psicossocial.
Ex-internos descreveram o local como “desumano”, com situações em que pacientes considerados desobedientes eram trancados em salas isoladas, sem direito a convívio ou tratamento digno. As denúncias ganharam repercussão após serem expostas em publicações nas redes sociais da própria instituição.
Segundo mães de adolescentes que estiveram internadas na clínica, suas filhas foram submetidas ao uso excessivo e forçado de medicamentos, humilhações, abandono e até situações de abuso. Uma jovem relatou ter sido dopada por um funcionário, que tentou violentá-la sexualmente, sendo interrompido antes do ato. Também há denúncias sobre a circulação de drogas dentro da clínica e casos de overdose entre os internos.
A estrutura da ala destinada a pacientes de baixa renda também foi alvo de críticas. As famílias afirmam que o ambiente é insalubre, com paredes sujas, ferrugem, lixo acumulado e odor forte, além de relatos de suicídio e fugas de pacientes. Em dois episódios recentes, adolescentes fugiram do local durante a madrugada. As famílias alegam que a clínica não prestou qualquer tipo de auxílio nas buscas, transferindo a responsabilidade às autoridades.
Apesar das denúncias, a clínica cobra altos valores por internações, com diárias que ultrapassam os R$ 600 e mensalidades de até R$ 19 mil. A instituição ainda mantém convênios com diversos órgãos públicos, como tribunais e forças de segurança federais.
A direção da clínica se manifestou por meio de nota, negando todas as acusações e alegando que os relatos são inverídicos e sensacionalistas.
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