Sudão do Sul: A Tragédia das Inundações e a Contaminação pelo Petróleo

A região de Unidade, no Sudão do Sul, enfrenta uma crise de saúde e poluição devido à combinação de inundações intensas e vazamentos de petróleo. As águas contaminadas afetam a saúde dos moradores e de seus rebanhos, resultando em graves consequências ambientais e sociais.

Sudão do Sul: A Tragédia das Inundações e a Contaminação pelo Petróleo

A região de Unidade, uma das maiores produtoras de petróleo do Sudão do Sul, está enfrentando uma crise ambiental sem precedentes, agravada por chuvas extremas e inundações intensas que afetam o estado há anos. A poluição causada por vazamentos de petróleo e poços de petróleo está contaminando as fontes de água, incluindo poços artesianos e rios, colocando em risco a saúde das pessoas e dos animais da região.

Em 2022, dois terços do estado ficaram submersos, e as chuvas continuaram a inundar grandes áreas. A água contaminada com hidrocarbonetos, liberada sem tratamento adequado, chega a poços de água potável e áreas de pesca, afetando diretamente as comunidades locais. A falta de água limpa é uma preocupação crescente, com relatos de doenças como diarreia e dores abdominais devido ao consumo de água poluída, mesmo após fervê-la.

Além da poluição do petróleo, o impacto nas comunidades rurais é devastador. Em algumas áreas, como Roriak, onde a criação de gado é a principal fonte de sustento, há relatos de bezerros nascendo com deformidades, como a ausência de membros ou cabeças. A combinação de inundações e poluição está causando a morte de milhares de animais, o que tem sérias repercussões econômicas para os moradores.

O ex-engenheiro de petróleo David Bojo Leju, que trabalhou na área e denunciou a falta de ações para conter os vazamentos, alerta que a umidade está atingindo diretamente o lençol freático, com produtos químicos do petróleo contaminando as águas subterrâneas. O governo sul-sudanês tem enfrentado dificuldades regulares na indústria do petróleo, e a falta de responsabilidade ambiental tem gerado indignação local.

Em meio a essa crise, a população continua a viver com o medo da contaminação, enquanto os líderes regionais pressionam por uma resposta mais eficaz do governo e das empresas petrolíferas para mitigar os danos ambientais e garantir o acesso à água limpa.