Salário mínimo teve 9 reajustes em 1993 e mudança de moeda em meio à hiperinflação no Brasil
Em 1993, o Brasil enfrentava um cenário de hiperinflação, o que levou o governo a reajustar o salário mínimo nove vezes em apenas um ano. Os valores, que começaram o ano em Cr$ 1.250.700,00, chegaram a CR$ 18.760,00 em dezembro. Em agosto, o país também passou por uma mudança de moeda, substituindo o cruzeiro (Cr$) pelo cruzeiro real (CR$), com corte de três zeros.

Durante o ano de 1993, o Brasil vivia um de seus períodos mais críticos em termos econômicos. A inflação desenfreada corroía o poder de compra da população mês a mês, exigindo ajustes constantes no valor do salário mínimo para tentar garantir o sustento básico dos trabalhadores.
Ao longo do ano, o salário mínimo sofreu nove reajustes, sendo os valores registrados os seguintes:
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Janeiro a fevereiro: Cr$ 1.250.700,00
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Março a abril: Cr$ 1.709.400,00
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Maio a junho: Cr$ 3.303.300,00
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Julho: Cr$ 4.639.800,00
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Agosto: CR$ 5.534,00
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Setembro: CR$ 9.606,00
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Outubro: CR$ 12.024,00
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Novembro: CR$ 15.021,00
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Dezembro: CR$ 18.760,00
Vale lembrar que, em agosto de 1993, houve uma importante mudança monetária no Brasil: o governo substituiu o cruzeiro (Cr$) pelo cruzeiro real (CR$), com o corte de três zeros. Com isso, Cr$ 1.000,00 passou a equivaler a CR$ 1,00. A intenção era facilitar transações comerciais e tentar controlar a hiperinflação, que atingia índices mensais superiores a 30%.
Apesar das tentativas, os aumentos não eram suficientes para garantir o poder de compra. Em julho, por exemplo, o salário mínimo, que era de Cr$ 4.639.800,00, correspondia a cerca de US$ 85 no câmbio oficial da época — um valor insuficiente para cobrir as despesas básicas de uma família.
A instabilidade econômica só começaria a ser controlada com a implementação do Plano Real, em 1994, que introduziu uma nova moeda e estratégias de controle da inflação. Mas, até lá, o cotidiano dos brasileiros era marcado por correções salariais mensais, remarcação de preços diária e grande insegurança econômica.
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