Goiás enfrenta desafios no combate ao câncer infantojuvenil e no atendimento oncológico

Entre 2016 e 2022, Goiás registrou um alto número de mortes entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, com 61,1% dos óbitos decorrentes de causas externas e 38,9% por doenças. O câncer infantojuvenil é a principal causa de morte por doença nesse grupo, com 280 novos casos por ano no estado. Apesar da alta incidência, a rede de atendimento oncológico é limitada, levando 96% dos pacientes a buscarem tratamento fora de Goiás. O Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora), ainda em construção, promete mudar esse cenário.

Goiás enfrenta desafios no combate ao câncer infantojuvenil e no atendimento oncológico

Um levantamento do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) revelou que entre 2016 e 2022, Goiás registrou um alto número de mortes entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Do total de óbitos, 61,1% ocorreram por causas externas, como acidentes e violência, enquanto 38,9% foram provocados por doenças.

???? Câncer infantojuvenil em Goiás
Entre as doenças, o câncer infantojuvenil se destaca como a principal causa de morte nesse público. Segundo o Ministério da Saúde, a doença faz cerca de 2.560 vítimas por ano no Brasil, e Goiás registra uma média de 280 novos casos anualmente. A taxa bruta de incidência no estado é de 138,4 casos por 1 milhão de crianças e adolescentes, um índice superior à média nacional, que é de 134,8 casos por milhão.

A doença afeta mais meninos do que meninas:
???? Meninos: 144,7 casos por milhão (150 novos casos/ano)
???? Meninas: 131,9 casos por milhão (130 novos casos/ano)

???? Alta taxa de mortalidade
Entre 2011 e 2023, Goiás registrou 1.251 mortes de crianças e adolescentes devido a neoplasias malignas. O estado tem uma taxa de mortalidade de 45,1 por milhão, acima da média nacional de 42,6 por milhão.

???? Falta de estrutura para atendimento oncológico
O tratamento do câncer infantil em Goiás enfrenta graves limitações:
⚠️ Apenas 1 hospital é habilitado para atendimento pediátrico, representando 1,3% dos serviços disponíveis no país.
⚠️ O estado conta com 1 médico oncologista pediátrico para cada 1 milhão de crianças, enquanto a média nacional é de 6,6 especialistas por milhão.
⚠️ 96% dos pacientes precisam buscar atendimento fora do estado, principalmente em Brasília, São Paulo e Ceará.

???? Complexo Oncológico de Goiás pode ser um avanço
Para tentar solucionar esse problema, o Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora) está em construção e promete ser uma referência no tratamento do câncer infantil. O hospital deve absorver parte da demanda que hoje é enviada para outras unidades especializadas, como o Hospital do Amor, em Barretos.

Especialistas alertam que um sistema de saúde estruturado e acessível pode aumentar as chances de cura e reduzir as desigualdades no acesso ao tratamento. O desafio agora é garantir que as políticas públicas acompanhem o crescimento da demanda e assegurem um atendimento rápido e eficiente para pacientes oncológicos em Goiás.