Expansão do Brics: Pleito da Venezuela é barrado por restrições do Brasil, sem apoio da Rússia

Expansão do Brics: Pleito da Venezuela é barrado por restrições do Brasil, sem apoio da Rússia

Durante as reuniões do Brics, realizadas esta semana em Kazan, na Rússia, o presidente venezuelano Nicolás Maduro viu seu país ser barrado no processo de adesão ao grupo de parceiros do bloco. Mesmo com o forte apoio inicial de Vladimir Putin, a Rússia não se posicionou para defender a Venezuela diante das objeções apresentadas pelo Brasil.

O Brics, fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, está promovendo uma série de encontros para discutir a expansão do bloco com a adesão de cerca de 12 novos países parceiros. Tanto a Venezuela quanto a Nicarágua estavam entre as nações que pleiteavam um lugar no grupo.

No entanto, o veto à Venezuela foi fundamentado em questões práticas, destacando as tensões diplomáticas criadas por Maduro na América do Sul. O líder venezuelano rompeu relações com importantes países da região, como Chile e Uruguai, e passou a adotar uma postura hostil em relação ao Brasil, a maior potência econômica entre os membros do Brics.

Fontes diplomáticas indicam que as restrições levantadas pela delegação brasileira foram aceitas pelos demais membros do bloco, incluindo a Rússia. Mesmo Vladimir Putin, que inicialmente apoiou a entrada da Venezuela, não se pronunciou para contestar as objeções brasileiras.

Em um gesto favorável ao Brasil, Putin já apresentou uma lista preliminar de países candidatos a parceiros do Brics, de onde a Venezuela foi restaurada. Embora o processo ainda não tenha sido concluído, a chance de reversão a favor de Maduro é vista como inesperada. Mesmo assim, o presidente venezuelano compareceu pessoalmente a Kazan, onde continua tentando defender seu país.

A postura pragmática do Brics, que não se define como um clube de nações democráticas, reflete os desafios da política internacional e a importância entre as potências emergentes no cenário global.