Após repercussão de fala sobre Israel, Lula se reúne com ex-chanceler Celso Amorim

Israel declarou Lula 'persona non grata' depois que petista comparou a reação contra ataques do Hamas ao extermínio de judeus por Hitler. Encontro ocorre no Palácio da Alvorada. O ex-chanceler Celso Amorim e Lula em imagem de julho de 2023 Ricardo Stuckert/PR O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta segunda-feira (19) com o ex-chanceler Celso Amorim, que atualmente é assessor da Presidência da República e conselheiro de Lula em assuntos internacionais. Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação, também participa da audiência. O encontro ocorre no Palácio da Alvorada – residência oficial da Presidência – após Israel declarar Lula "persona non grata" no país. O governo israelense tomou a medida depois que o petista comparou, durante entrevista na Etiópia neste domingo (18), a reação de Israel contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovido pelo nazista Adolf Hitler. À colunista do g1 Andréia Sadi, Celso Amorim classificou como "coisa absurda" a decisão israelense de declarar Lula "persona non grata" – medida utilizada nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo no país. A medida foi uma das reações israelenses à fala de Lula. O governo de Israel também anunciou a convocação do embaixador do Brasil no país para uma "dura conversa de repreensão" sobre a fala do petista. Em Adis Abeba, Lula foi questionado pela imprensa sobre a decisão de alguns governos ocidentais de suspender repasses financeiros a uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que presta auxílio a refugiados palestinos. Esses países suspenderam os aportes depois de Israel acusar funcionários da agência de um suposto envolvimento com os ataques terroristas promovidos pelo Hamas contra territórios israelenses. Lula criticou a suspensão e, na resposta a uma jornalista, afirmou: "O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus". A declaração do presidente brasileiro repercutiu rapidamente. Em nota, a Confederação Israelita do Brasil repudiou a fala, e disse que a afirmação é uma "distorção perversa da realidade". O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que as palavras de Lula são "vergonhosas e graves". O premiê também declarou que a afirmação banaliza o Holocausto – genocídio promovido na Segunda Guerra Mundial contra cerca de seis milhões de judeus. Governo israelense declara Lula persona non grata após comparação Viagem à África O conflito entre o grupo terrorista Hamas e Israel, que já deixou milhares de civis mortos, foi um dos principais temas abordados por Lula nas reuniões de que participou durante a viagem ao Egito e à Etiópia, a segunda visita do petista ao continente africano neste terceiro mandato. No Egito, ao lado do presidente Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, Lula pediu paz no Oriente Médio e afirmou que Israel parece ter a "primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas". Já na Etiópia, no sábado (17), Lula se encontrou com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh. Segundo o Palácio do Planalto, na reunião com o palestino, o petista condenou ataques do Hamas e reiterou a necessidade de paz no Oriente Médio, com a criação de um Estado Palestino. Conforme o governo brasileiro, Shtayyeh agradeceu a Lula pela solidariedade com o povo palestino. Em discurso na 37ª Cúpula da União Africana, Lula tocou novamente no assunto. Ele voltou a condenar ataques do grupo terrorista Hamas a Israel, mas classificou como "desproporcional" a resposta israelense aos ataques, com a morte de milhares de civis. Para Lula, a crise no Oriente Médio só será resolvida com a criação de um estado Palestino "soberano" e "membro pleno" da Organização das Nações Unidas (ONU). Ministro israelense diz que palavras de Lula 'são uma vergonha e uma desgraça'

Após repercussão de fala sobre Israel, Lula se reúne com ex-chanceler Celso Amorim

Israel declarou Lula 'persona non grata' depois que petista comparou a reação contra ataques do Hamas ao extermínio de judeus por Hitler. Encontro ocorre no Palácio da Alvorada. O ex-chanceler Celso Amorim e Lula em imagem de julho de 2023 Ricardo Stuckert/PR O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta segunda-feira (19) com o ex-chanceler Celso Amorim, que atualmente é assessor da Presidência da República e conselheiro de Lula em assuntos internacionais. Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação, também participa da audiência. O encontro ocorre no Palácio da Alvorada – residência oficial da Presidência – após Israel declarar Lula "persona non grata" no país. O governo israelense tomou a medida depois que o petista comparou, durante entrevista na Etiópia neste domingo (18), a reação de Israel contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovido pelo nazista Adolf Hitler. À colunista do g1 Andréia Sadi, Celso Amorim classificou como "coisa absurda" a decisão israelense de declarar Lula "persona non grata" – medida utilizada nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo no país. A medida foi uma das reações israelenses à fala de Lula. O governo de Israel também anunciou a convocação do embaixador do Brasil no país para uma "dura conversa de repreensão" sobre a fala do petista. Em Adis Abeba, Lula foi questionado pela imprensa sobre a decisão de alguns governos ocidentais de suspender repasses financeiros a uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que presta auxílio a refugiados palestinos. Esses países suspenderam os aportes depois de Israel acusar funcionários da agência de um suposto envolvimento com os ataques terroristas promovidos pelo Hamas contra territórios israelenses. Lula criticou a suspensão e, na resposta a uma jornalista, afirmou: "O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus". A declaração do presidente brasileiro repercutiu rapidamente. Em nota, a Confederação Israelita do Brasil repudiou a fala, e disse que a afirmação é uma "distorção perversa da realidade". O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que as palavras de Lula são "vergonhosas e graves". O premiê também declarou que a afirmação banaliza o Holocausto – genocídio promovido na Segunda Guerra Mundial contra cerca de seis milhões de judeus. Governo israelense declara Lula persona non grata após comparação Viagem à África O conflito entre o grupo terrorista Hamas e Israel, que já deixou milhares de civis mortos, foi um dos principais temas abordados por Lula nas reuniões de que participou durante a viagem ao Egito e à Etiópia, a segunda visita do petista ao continente africano neste terceiro mandato. No Egito, ao lado do presidente Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, Lula pediu paz no Oriente Médio e afirmou que Israel parece ter a "primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas". Já na Etiópia, no sábado (17), Lula se encontrou com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh. Segundo o Palácio do Planalto, na reunião com o palestino, o petista condenou ataques do Hamas e reiterou a necessidade de paz no Oriente Médio, com a criação de um Estado Palestino. Conforme o governo brasileiro, Shtayyeh agradeceu a Lula pela solidariedade com o povo palestino. Em discurso na 37ª Cúpula da União Africana, Lula tocou novamente no assunto. Ele voltou a condenar ataques do grupo terrorista Hamas a Israel, mas classificou como "desproporcional" a resposta israelense aos ataques, com a morte de milhares de civis. Para Lula, a crise no Oriente Médio só será resolvida com a criação de um estado Palestino "soberano" e "membro pleno" da Organização das Nações Unidas (ONU). Ministro israelense diz que palavras de Lula 'são uma vergonha e uma desgraça'